Oje - o Jornal Economico - Economia - Ajuda financeira pode depender do resultado eleitoral na Finlândia
15/04/11
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15/04/11
O pedido de ajuda externa de Portugal tornou-se num assunto central nos últimos dias da campanha eleitoral para as legislativas na Finlândia, que decorrem domingo e onde se espera um avanço do populismo de direita.
O renhido confronto entre "pró-europeus" e eurocépticos apenas ficará esclarecido com a contagem dos últimos votos.
Ontem, Martti Salmi, responsável do Ministério das Finanças finlandês, disse numa entrevista à agência Reuters que a Finlândia poderá bloquear a ajuda financeira da Zona Euro a Portugal, decisão que poderá questionar a credibilidade da união monetária.
Na fase final da campanha eleitoral, os partidos eurocépticos que se opõe à concessão de ajuda financeira, ou em aumentar o montante do fundo de resgate europeu (Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, FEEF), pareciam estar a ganhar terreno, embora a última sondagem divulgada apontasse para um ligeiro recuo deste bloco.
Ao contrário dos restantes países, onde a decisão cabe ao governo, a Finlândia é o único membro da Zona Euro onde a concessão deste empréstimo depende de uma autorização prévia pelo parlamento.
"A situação está a ficar cada vez mais apertada", admitia Salmi, conselheiro do ministro das Finanças, numa referência às anteriores projecções que forneciam 48% aos partidos que se opõe à concessão do empréstimo a Portugal.
Salmi disse ainda que o Partido Social-Democrata, na oposição e até ao momento pró-europeu, defende agora que Portugal deveria reestruturar a sua dívida através do envolvimento de investidores privados, em alternativa a um empréstimo.
Essa medida, para os líderes da Zona Euro, apenas será possível a partir de meados de 2013, quando entrar em funções o anunciado Mecanismo de Estabilidade Europeu.
"Percorri o país nas últimas semanas, estive em 14 cidades e muitas pessoas recusam um debate racional. Dizem apenas que é errado ajudar Portugal, que é errado ajudar a Grécia, que os deveríamos deixar entrar em bancarrota", disse.
No caso de a Finlândia bloquear a ajuda externa a Portugal, calculada em 80 mil milhões de euros, a mesmo posição poderá ser reforçada na Alemanha, e provocar uma nova turbulência nos mercados.
O ministro finlandês das Finanças e líder do partido conservador Kokoomus, Jyrki Katainen, disse que o seu país poderia ser requisitado para garantir cerca de 1200 milhões de euros no âmbito da ajuda externa a Lisboa.
Mas a chefe do governo demissionário, Mari Kiviniemi, já assegurou que os finlandeses apenas se pronunciarão sobre um amento da sua participação na garantia do Fundo após as eleições de domingo.
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