Gréve Général au Portugal
Balanço inicial da greve geral
As três primeiras horas da greve geral confirmam, pela voz dos sindicatos, aquilo que já se previa ao início da noite nos serviços com entrada anterior ao arranque oficial às 24 horas de hoje: voos cancelados, transportes paralisados, municípios com a recolha de lixo afectada.
Em dezenas de municípios, a adesão à greve pelos trabalhadores de recolha do lixo foi de 100 por cento, dizem os sindicatos (Nuno Ferreira Santos)
Dezenas de municípios estão sem recolha de lixo. Há concelhos com 100 por cento de adesão, garantiu à Lusa o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local. São o caso de Guimarães, Coimbra, Évora, Amadora, Vila Franca de Xira, Almada, Barreiro, Moita, Matosinhos e Viana do Castelo.
Em Loures e Odivelas, a maioria dos trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) do turno das 23h30 de terça-feira aderiu à greve, confirmou à Lusa João Coelho, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local.
“Para já, todos os indícios que temos tanto aqui de Loures, como da Amadora e até de Lisboa, são de que irá haver uma adesão significativa à greve. Por exemplo, nestas oficinas todas as noites costumam sair mais de 30 carros e hoje ainda não saiu nenhum. É um bom prenúncio”, sublinhou o dirigente comunista.
Contadição entre Refer e sindicatos
Quanto aos transportes, a CP anunciou, cerca das 20 horas de ontem, a supressão de 15 comboios regionais, dois intercidades e um alfa pendular entre Lisboa e Porto. Entre as 22 horas de ontem e as 24 horas de hoje, houve comboios que não efectuaram percurso por falta de pessoal.
José Manuel Lopes, porta-voz da Refer, garantiu que, para já, por parte da empresa, “não haverá supressões de comboios à CP”. Mas do lado da Federação dos Sindicatos Ferroviários, José Manuel Oliveira disse não haver condições de segurança para a CP realizar os serviços mínimos durante o dia de hoje, por falta de trabalhadores no Centro de Comando Operacional de Lisboa.
Metro de Lisboa paralisado, Porto apenas com uma linha
O Metro de Lisboa fechou as portas às 23h30 de ontem. Para hoje, a previsão é de que o serviço esteja parado durante todo o dia. O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que visitou o piquete de greve dos funcionários, falou já em “vitória” pela “forte adesão” que está a ter nas primeiras horas.
No Porto, quatro das cinco linhas de metro vão estar sem serviço durante todo o dia. A única linha a funcionar vai estar limitada a duas passagens por hora das sete às 22 horas.
Voos cancelados
Às 20h30 de ontem, já havia voos cancelados a partir do aeroporto da Portela, em Lisboa, estando assegurados apenas os serviços mínimos. A essa hora, dez dos onze trabalhadores dos bombeiros que prestam serviço ao aeroporto estavam em greve.
No aeroporto Sá Carneiro, no Porto, todos as partidas estão canceladas. Em Faro, o mesmo acontece com a maioria dos voos. Relativamente ao aeroporto de Ponta Delgada, ainda não há informações sobre voos.
Dados revelados pelo Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante apontam para a paralisação dos portos nacionais, tanto no continente como nas ilhas.
Adesão em massa nos hospitais de Coimbra
Quanto às unidades hospitalares, os dados conhecidos até ao momento apontam para adesões elevadas por parte dos auxiliares de acção médica no distrito de Coimbra.
Os primeiros números apontavam para 50 a 80 por cento de adesão. Nos hospitais da Universidade e no Centro Hospitalar, os auxiliares de acção médica estão a assegurar apenas os serviços mínimos, avançou o coordenador da União dos Sindicatos de Coimbra, António Moreira.
No hospital Garcia da Horta, em Almada, a adesão chegou a 100 por cento em algumas especialidades, assim como noutras unidades do distrito de Setúbal.
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